Monday, June 15, 2009

Susto
de amar e não ser amada
de deixar a vida passar em branco
de nada realizar
de ser diferente
ter um destino diferente
e não aceitá-lo,
não compreendê-lo
Medo
de a ninguém agradar
de ficar só
eternamente...
de me sentir tão só
que a minha dor pareça
única, total, incurável,
incomunicável
Medo,
que me faz seguir caminhos que não quero
que parece não me deixar escolha
a não ser pretender ser outra pessoa,
mais aberta, mais solta
mais firme em suas escolhas,
tudo entendendo:
o que passou, o que se passa agora;
dona do futuro, da própria vida,
um ser livre, em paz,
vivendo conscientemente...

Cecília

Para tantas pessoas, frágeis em sua humanidade...


15-06-09

Fuga

Não importa o que hoje somos:
se vencedores, perdedores,
seguros, inseguros ou apenas sobreviventes;
se somos ainda bonitos,
se chegamos perto dos heróis românticos
que idealizamos enquanto adolescentes...
Isso não mais importa ...
Não importa o que viveste, o que vivi,
se agora estamos
sedentos de amor e de carinho,
portando um sonho,
que aquece os nossos corações.
O abraço que nos damos é pura ternura,
um tocar de almas só possível
por jamais termos perdido a esperança de amar
e sermos amados
de dar e receber carinho
este tão sonhado, almejado,
difícil, e até então negado carinho,
presente agora em nossas mãos se entrelaçando,
enquanto viajamos...

Cecília

Tempo

Traço linhas paralelas imaginárias
Em cada uma visualizo uma figura humana
em diferente fase da vida
Todas na mesma direção
A esperá-las: chi lo sa?
Nessa linha do tempo não há volta nem antecipação
(Não posso voltar e te abraçar, mãe...)

Vida
Para a vida desenho um círculo,
abarcando até quatro gerações.
Para o outro alcançar é só estender a mão
(talvez isto explique nossa forte ligação)


Agora, a contragosto, coloco o círculo na linha
E lá vai ele de roldão: trilhando todo o caminho
que leva... ao ponto de interrogação...

Cecília