Saturday, May 10, 2008

“As rosas desabrocham
Sob a luz do sol
E a beleza das mulheres,
com o creme Rugol”

São versos ingênuos
perdidos no tempo.
Como negar?
São versos singelos
um tanto piegas
mas fazem chorar.
Saudade da infância,
das rádios tocando
valsas, modinhas e tango...
Era do rádio,
passeios na praça,
igreja lotada
em festas, missas, batizados;
altar principal enfeitado,
crisântemos no mês de maio...
Mãe jovem, morena, bonita,
centro de nossa família
rainha da casa, com gosto arrumada....
Saudade, quanta saudade:
do quintal, pomar, doces caseiros
de canto de pássaros o ano inteiro
do fruto na árvore apanhado
da conversa das comadres
do grupo escolar freqüentado
cães ao longe latindo,
e a gente a vida curtindo;
estrelas e lua, no terraço admiradas
(era alpendre o termo que se usava) ...
Tão simples os hábitos
e minha sensibilidade de criança
tudo guardando, armazenando
para agora virar saudade...

Cecília

para minha mãe muito amada

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