Monday, August 14, 2006

XVII

E tudo aquilo que não volta mais
Em nós reside silenciosamente,
Se as naus partiram fica o adeus no cais
E qualquer coisa antiga no presente
Entre paixão e compaixão passamos
Procurando nos outros nossos rostos,
A familiaridade que buscamos,
E o ermo que acompanha amor deposto.
E tudo aquilo que não volta existe
Na glória que se perde e se transforma,
Espírito moldando tarde triste
E sopro imaginando nova forma
Surgirá do tentar de céu e inferno,
Algo fugaz que possa ser eterno.

Paulo Bomfim

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